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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Sobre os Galvão

José Arno Galvão  
Advogado

No livro “Goianinha”, que resta ainda inédito, mas que pretendemos editar ainda este ano, Hélio Galvão refere que Manoel Lopes Galvão, casado com Margarida Lins Accioly, deixou filhos, um deles, Francisco Lopes Galvão, sargento-mór, o mais antigo sesmeiro da região que então formava o município de Goianinha, o qual, casado com Joanna Dornelles, filha de Manoel Rodrigues Pimentel, gerou Joanna Lopes, Francisco Dornelles e Cypriano Lopes Pimentel. Este teria vivido em Goianinha, onde casou com Thereza da Silva, de quem teve os filhos Lázaro Lopes Galvão, Cypriano Lopes Galvão, Jorge Lopes da Silva, Archangelo Lopes Galvão, Estevam Lopes Galvão, Manoel Lopes Galvão (terceiro com este nome na família) e Luiza da Silva.

Desses, vou fixar-me de começo em Lázaro Lopes Galvão, o qual, com Maria Madalena de Jesus, gerou Manoel Alvares Galvão, José Barbosa Torres Galvão, Maria Perpétua, Luiza Angelica Torres Galvão, da qual descende Maria Angélica Torres Galvão que casou com Hermenegildo Joaquim de Freitas, de quem teve cinco filhos: Francisco Eutychio Galvão de Freitas, Aristarcho Ernesto Galvão de Freitas, Isabel Sylveria Galvão de Freitas, Rachel Philadelphia de Freitas e José Mamede Galvão de Freitas.

Este último, a quem, mesmo os parentes, tratavam por “José Mamede”, casou com Isabel Genuina Galvão de Freitas e foi pai de prole com nome ilustre e numerosa, embora tenham sobrevivido apenas quatro, além de Napoleão, havido fora do casamento: Manoel, Racine, Racine de novo, Sócrates, Antônio, Odília, Cecínio, Ismael, Helio, Wilson e Dácio. Essa Isabel, a quem chamávamos Vovó Belinha, descendia, pela linha paterna, de outro filho de Luiza Angélica, Luís Adolpho Torres Galvão, casado com uma outra prima, Josepha Raymunda, filha de José Belarmino.

Por outro lado, Jorge Lopes Galvão, cuja mulher, Joana Paula de Albuquerque, reza a tradição familiar, seria descendente de Joris Garstman. comandante da Fortaleza dos Reis Magos durante a ocupação holandesa e teria sido o responsável pela morte de Jacob Rabe, como vingança pela morte de seu sogro, João Lostao Navarro, deixou uma filha, Joaquina Torres Galvão, que veio a casar com José Barbosa Maciel, gerando cinco filhos, Antonia, Ignacio, Esmeraldina, Secundina e José Belarmino.

José Belarmino casou três vezes. A primeira, com Josepha Raymunda Torres Galvão, de quem teve oito filhos: Carlindo, Manoel Raymundo, José Belarmino, Finísia, Maria Olimpia, Joaquina, Josepha e Joaquim. Do segundo casamento, com uma prima, Josina Emília Torres Galvão, ficaram sete filhos: Lindolpho, Anna Rosa, Aurora, Josepha, Olyintho, Antonio e José. Como resultado da terceira união, ainda com uma prima, Beronisia Martins, houve nove filhos: Maria Amélia, Abilio, José, Abilio, Elvira, Maria, Beronisia, Isabel e Isabel.

De Anna Rosa, descendia entre outros com quem convivi, Josina Torres Galvão, que nós tratávamos por “Tia Lili” e Alberto Ricardo Torres Galvão, “Tio Yoyô”, que veio a casar em segundas núpcias com Beronisia Nysia Galvão Tavares, “Tia Dondon”, irmã de minha mãe.

Já a Josepha, que meu pai chamava “Tia Fefa”, tomou o nome de Josepha Torres Galvão, vindo a casar com Tertuliano Lins Caldas, com ele gerando dois filhos: José Lins Caldas, cuja descendência reside em Natal; o outro não foi senão o poeta João Lins Caldas, que morreu sem descendentes. O casal, depois de algum tempo. passou a residir em Assu, onde Caldas também veio a falecer, depois de ter andado pelo Rio de Janeiro e por São Paulo. Sobre ele, Helio Galvão publicou artigo, nesta Tribuna, com o título de “O poeta que morreu só”. Em outra oportunidade voltarei a falar de Caldas.

Elvira Alzira Torres Galvão, filha do terceiro casamento de José Belarmino, casou com Sebastião Osório Tavares, com ele gerando José Belarmino Galvão Tavares, Beronisia, citada acima, Iracy, Moacyr, Ulisses e Ilíria. Embora não os tenha conhecido, foi ensinado a chamá-los de Vovô Sebastião e Vovó Vivi. Hélio e Ilíria, ao casar, apenas repetiram uma atitude comum entre seus ascendentes e mesmo contemporâneos, a união entre parentes próximos. Na primeira versão do seu livro, Hélio registra apenas os filhos Sany, Hilton e Marta. Faltaram Lúcia, Hélio Filho, José Arno, Tarcísio Vital, Maria do Céu, Stella Maris, Maria de Fátima, Sebastião Sérgio, Dácio, Ana Maria e Andréia Clara. Desses, em nota manuscrita, ele noticiou parte, até Maria do Céu.

Aristarcho Ernesto Galvão de Freitas, a quem meu pai tratava por “meu tio Aristarcho”, parece ter sido o “inventor” da família, Fixou-se em Vila Nova, hoje Pedro Velho, onde instalou a primeira usina para tratar o caroço de algodão. Foi pai de Theophilia, João Baptista, Águeda e Manoel Gadêlha de Freitas, a quem chamávamos “Padim Dadeia”; era ele padrinho de Hilton e foi adotado por todos os outros. Casado com Maria Augusta de Medeiros em primeiras núpcias, teve Elma, Ilma, Zilma e Iedo, Em segundas núpcias, com Terezinha Dantas, gerou Manoel Gadelha Júnior, Max e Iama. Sua primeira mulher era tia pela linha materna de Mônica Furtado que se veio a casar com Jorge Luis de Araújo Galvão, filho de Mozart Galvão, este o único descendente de Tia Odília, que era minha madrinha.

Para variar, uma estorinha. Tio Aristarcho, parece ter sido muito hábil em trabalhos manuais e deixou uma escrivaninha, ao que se fala feita por ele mesmo. Esse móvel, durante muito tempo, pertenceu a Padim Dadeia. Após a morte deste, não sei como, veio parar na casa de farinha em Cabeceiras, município de Tibáu do Sul, toda desmontada. Dizia Hilton que havia sido dada a ele. Pedi-lhe mas sem sucesso, pois dizia que iria recuperá-la. Ameacei-o, informando que esperaria até determinada data, após o que mandaria buscar, restaurá-la e, claro, apropriar-me dela. Não deu outra! Está a escrivaninha hoje equipando e embelezando minha sala no escritório de advocacia. Propositadamente, coloquei sobre ela uma impressora a laser, para mostrar que a idade não afetou a utilidade.

E terminei ganhando outra. Falecendo Dr. Alvamar Furtado, Mônica indagou, por intermédio de Jorge, se tinha interesse em adquiri-lo: nem pensei duas vezes: está ela na minha biblioteca em casa.

 FONTE:
Publicado em 03-11-2012 em http://tribunadonorte.com.br/noticia/sobre-os-galvao/214553 

2 comentários:

  1. Narrativa espetacular! Parabéns meu caro Jose, um abraço.

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  2. Gostaria de em breve visitá-los, somos baianos de Cruz das Almas, 150km da capital e as nossas portas estarão sempre abertas, ptincipalmente para um Galvão!

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