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terça-feira, 8 de outubro de 2013

ARTHUR, O HERÓI DA BRETANHA

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No mundo real, o dono da lendária Excalibur não foi rei nem se reunia com seus cavaleiros em torno da távola redonda, mas organizou uma resistência sem precedentes contra os bárbaros que ameaçavam sua terra


Para a maioria dos europeus, o fim do mundo talvez nunca tenha estado tão próximo quanto lá pelo fim do século 5. A única ordem que a região havia conhecido por quase 500 anos – o poder de Roma – tinha virado pó depois de uma longa agonia e o futuro parecia pertencer aos bandos de bárbaros do norte e do leste, fundando reinos que brotavam e sumiam como cogumelos nas terras do antigo império. Mas havia um lugar em que a vida não estava sendo nada fácil para os invasores. Na ilha da Bretanha, os ex-súditos de Roma montaram a resistência mais bem-sucedida da Europa e detiveram a maré bárbara por décadas. Cada vez mais parece provável que um líder militar poderoso conduziu os bretões, um guerreiro que iria virar lenda: Arthur.
A figura que está emergindo das brumas do ano 500 muito provavelmente não era um soberano e com certeza jamais botou os pés num castelo. Mesmo assim, existem paralelos intrigantes entre o Arthur lendário e o do mundo real, que podem incluir detalhes como o local de nascimento, a morte nas mãos de um conterrâneo bretão e, segundo uma das teorias mais polêmicas, até batalhas travadas do outro lado do canal da Mancha, em pleno território da atual França.
c1BT10Muito antes da carreira militar de Arthur, a Bretanha romana (que correspondia mais ou menos à Inglaterra, ao País de Gales e ao sul da Escócia de hoje) já andava em maus lençóis havia um bom tempo. Em parte, isso era culpa dos próprios soldados que deviam comandar a defesa da ilha: volta e meia a Bretanha exportava um general que almejava tonar-se imperador, como o famoso Magnus Maximus, que chegou perto de conseguir seu intento antes de ser derrotado no ano 388. Esses sujeitos arrastavam consigo os exércitos responsáveis por patrulhar a província, deixando-a cada vez mais vulnerável à sanha dos piratas bárbaros.
Esse problema era endêmico no império todo na época, mas, no caso da Bretanha, o incômodo era triplo. Do norte da Alemanha e do sul da Dinamarca vinham tribos germânicas, os anglos, saxões e jutos, falantes de dialetos ancestrais do inglês de hoje. Do nordeste da Escócia atacavam os escotos e os pictos, guerreiros violentos que lutavam de um jeito selvagem, quase nus, com o corpo coberto por tatuagens. Para completar a desgraça, havia os escotos da Irlanda, que também eram um povo celta como seus primos bretões e gauleses, mas tinham ficado de fora do domínio romano.
Muita gente costuma imaginar que, em dado momento, Roma acabou desistindo de manter a ilha dentro de seus domínios, já que tinha de se preocupar com a própria sobrevivência, e abandonou a Bretanha. Mas o que aconteceu foi exatamente o contrário: os bretões ficaram de saco cheio de serem deixados na mão por mais um general que queria virar imperador (um tal de Constantino III) e declararam independência. “A idéia de que a ilha ficou indefesa porque os romanos retiraram suas legiões não passa de um mito. As legiões foram embora porque Constantino as levou com ele para tentar conquistar o continente, sem sucesso, e a mudança seguinte no status da Bretanha foi ativa, e não passiva”, afirma o historiador britânico Geoffrey Ashe, autor de Kings and Queens of Early Britain (“Reis e Rainhas da Antiga Bretanha”, inédito no Brasil). O imperador legítimo, Honório, reconheceu a independência da região em 410, numa carta em que delegou às cidades bretãs a responsabilidade de se defenderem militarmente.
Uma lança de duas pontas
Hadrians-wall-Greenhead-Lough-Velela-pub-e1334082953226Parecia ousadia demais dos bretões. E era mesmo. A estratégia de defesa que a Bretanha independente passou a adotar seguia os padrões dos romanos em seus anos finais de dominação: contratar mercenários bárbaros, normalmente germânicos, para fazer o trabalho sujo. Muitos deles eram saxões, parentes dos invasores, como mostra a presença de fivelas de cintos militares típicos desse povo em sítios arqueológicos da época.
Sujeitos ambiciosos e com alguma tradição de liderança aproveitaram o momento para ganhar poder. “Os aristocratas nativos tinham se romanizado, mas, quando a ligação com Roma foi cortada, as antigas tradições de nobreza retornam com força. Os bretões eram muito conservadores nesse sentido”, diz o historiador Christopher Snyder, da Universidade Marymount, nos Estados Unidos. Um desses homens, chamado Vortigern, parece ter conseguido se tornar superbus tyrannus (“governante supremo”, em latim) de boa parte da Bretanha por volta do ano 430.
Mas algo deu muito errado. Talvez os mercenários saxões não tenham sido pagos, ou talvez apenas tenham percebido que seria fácil tomar mais do que os bretões lhes haviam prometido. O fato é que o tiro saiu pela culatra, e os saxões se apossaram de terras por todo o leste da atual Inglaterra. Mais e mais levas deles vinham se juntar aos que já estavam na Bretanha, e os ataques de pictos e escotos voltaram com força total. Os bretões chegaram a pedir a ajuda de Roma, numa carta desesperada ao general Aetius: “A Aetius, três vezes cônsul, os lamentos dos bretões. Os bárbaros nos empurram para o mar; o mar nos empurra de volta para os bárbaros. Entre esses dois tipos de morte, somos ou afogados ou assassinados”, dizia a mensagem, datada de 446. Às voltas com os hunos de Átila batendo nos portões de Roma, Aetius não tinha como ajudar.
arthurÉ uma tarefa ingrata reconstruir o que aconteceu nas décadas seguintes. Além dos restos arqueológicos (que dizem pouco sobre pessoas ou batalhas específicas), tudo o que temos são anais compilados por monges na Bretanha e na Gália, às vezes séculos depois dos eventos narrados, e o apocalíptico De Excidio et Conquestu Britanniae (Da Destruição e Conquista da Bretanha), do também religioso Gildas. Esse livro tem, pelo menos, a vantagem de ter sido escrito mais ou menos perto dos eventos narrados, lá pelo ano 530. A principal preocupação de Gildas era moralizante (o monge diz que os bretões andavam levando a pior por causa de seus pecados), mas, no meio de tanto sermão, há também informações preciosas.
Segundo o monge, os bretões finalmente conseguiram iniciar uma resistência, sob o comando de um certo Ambrosius Aurelianus. “Gildas o descreve como um vir modestus, ou seja, um homem decente, e afirma que seus pais usavam a púrpura, o que é uma indicação de que eles eram de uma família romana de origem nobre”, diz Christopher Snyder. A partir daí, a briga ficou indefinida, com vitórias de um lado e de outro, até que os bretões conseguiram um grande triunfo, num lugar chamado monte Badon (Gildas não deixou claro se foi Ambrosius quem conduziu os bretões nessa vitória). Dali por diante, os bretões teriam conseguido uma trégua de quase meio século. Textos compilados séculos mais tarde, provavelmente com base em antigos anais do século 5, não deixam dúvidas sobre quem teria sido o vencedor de Badon: seu nome era Arthur.
round tableNum dos raros momentos em que dá para comparar dados históricos com os da arqueologia, parece que ao menos o esquema básico dessa narrativa está correto: pesquisadores como John Hines, da Universidade de Cardiff, no País de Gales, verificaram que os cemitérios saxões (caracterizados pelas jóias e armas típicas dos mortos) avançam progressivamente para o oeste, sinalizando a expansão dos invasores, até pararem de repente por volta do ano 500. O avanço só recomeça meio século depois. Alguém ou algo deteve os saxões – resta saber se o fenômeno atende mesmo pelo nome de Arthur.
Curiosamente, outras pistas quase contemporâneas sobre o líder bretão são exatamente isso: nomes. Praticamente não há menção a pessoas chamadas “Arthur” na Bretanha antes de Badon, mas o nome, de repente, se torna um dos favoritos da nobreza nos dois séculos seguintes. “Há uma série de breves referências a reis e príncipes galeses e irlandeses chamados Arthur a partir do fim do século 6”, conta Kenneth Dark, historiador da Universidade de Reading, na Inglaterra. “Nenhum desses homens deve ser o Arthur histórico, mas o que eles mostram é que o nome se tornou popular entre as famílias reais, e que pode ter havido um Arthur famoso que inspirou o batismo deles”, afirma Dark. O poema épico “Y Gododdin”, provavelmente do século 6, cita Arthur como modelo de bravura em combate. Dali por diante, o guerreiro começa a ser chamado de rei e vira presença constante nas lendas galesas, até ser transformado na figura cavalheiresca e mágica que conhecemos (com Merlin, Guinevere e tudo o mais) pelo clérigo Geoffrey de Monmouth, num livro de 1136.
Lendas, mitos e tradição
King-Arthur-manuscript-kn-006É nesse ponto que comparar a lenda com a história começa a se tornar um exercício útil. Diz a tradição, por exemplo, que Arthur teria nascido no castelo de Tintagel, na Cornualha (região sudoeste da Inglaterra). Acontece que escavações e análises feitas no final dos anos 90 nessa região mostraram que, de fato, Tintagel foi o lar de um nobre poderoso no fim do século 5. Havia ali um movimentado porto, que comerciava com a Gália (atual França), a Itália e o norte da África. Quem quer que habitasse o lugar podia pagar pelo luxo de beber vinho e usar azeite do Mediterrâneo, carregados em vasilhas de fina cerâmica. Mas a descoberta mais impressionante no local foi uma laje de pedra com uma espécie de assinatura de quem mandou construir o lugar: Artognou (pronuncia-se “Arthnou”). No mínimo, é uma coincidência das grandes.
A 100 quilômetros de Tintagel, escavações que se sucedem desde os anos 60 têm mostrado que a região de Cadbury, identificada com a lendária Camelot há séculos, realmente abrigou a maior praça forte da Bretanha nos séculos 5 e 6. Um colosso com muralhas de madeira e pedra que iam subindo, em círculos, as encostas de uma colina até terminar num portão, cercado por torres.
Tudo indica, então, que as áreas por onde Arthur andava ainda eram prósperas e bem guarnecidas militarmente. Mas será que ele as governava? Arthur deve ter sido um nobre bretão, mas as referências mais antigas às batalhas vencidas por ele, no manuscrito do século 6 conhecido como Historia Brittonum (“História dos Bretões”), de autoria desconhecida, o chamam de dux bellorum, “líder de batalhas”, e dizem que ele lutava ao lado dos reis bretões. Esse texto também mostra que a imagem de Arthur como um herói cristão é muito antiga: numa de suas vitórias, ele teria carregado uma imagem de Nossa Senhora. Em Badon, teria empunhado “a cruz de Nosso Senhor Jesus” (provavelmente uma referência a um amuleto muito comum na época: um pedaço de madeira supostamente retirado da cruz em que Cristo morreu). Ser um líder guerreiro, na época, significava trabalhar muito. Lutava-se um tipo de guerra altamente móvel e sobre qualquer terreno. “A maioria de suas tropas provavelmente era montada e lutava com espadas, lanças e dardos, aproximando-se do inimigo numa série de investidas, e não numa carga de cavalaria coordenada”, diz Leslie Alcock, arqueólogo da Universidade de Glasgow, na Escócia, e autor de Arthur’s Britain (“A Bretanha de Arthur”, sem versão em português).
SatelliteAté a idéia de que Arthur teria levado um exército para a Gália, por séculos considerada uma invenção de Geoffrey de Monmouth, tem sido reconsiderada. Para Geoffrey Ashe, registros sobre um chefe bretão chamado Riothamus, que levou 12 mil homens para ajudar os romanos contra os visigodos, poderiam, na verdade, se referir a Arthur. É que Riothamus aparenta ser não um nome, mas um título, significando “rei supremo”. No entanto, como a aventura de Riothamus data de 470 e ele desaparece logo depois, fica difícil reconciliá-lo com a vitória de Arthur em Badon (por volta do ano 490).
O fim de Arthur registrado por antigos textos galeses oferece mais uma conexão intrigante entre história e lenda. No mito, o rei teria sido traído por seu sobrinho, Mordred, conseguiu matá-lo em combate, mas recebeu um ferimento letal. Os anais registram “a contenda de Camlann, em que Arthur e Medraut [Mordred?] pereceram”. Nos dois séculos seguintes, os bretões seriam cada vez mais empurrados para o oeste, embora sempre lutassem para preservar sua identidade, ainda viva no País de Gales de hoje.
No fundo, os detalhes passíveis de recuperação são poucos para uma vida que inspirou tantas lendas. “Não acho que algum dia teremos mais informações seguras sobre o Arthur histórico além das que já conhecemos e, para falar a verdade, isso não me parece um problema”, diz Christopher Snyder. “Há uma mágica em torno do personagem que é parte de seu fascínio.” Considerando os ideais de cavalheirismo e resistência que essa mágica inspirou, não dá para dizer que Arthur não concordaria.
Cronologia da Grande Bretanha – Dos antigos celtas a Elizabeth I, dos romanos ao maior império sobre a Terra
2000 a.C.
Em várias etapas, povos pré-célticos de agricultores constroem o santuário e observatório astronômico de Stonehenge, um dos maiores monumentos da Europa pré-histórica
1000 a.C.
Começam a chegar às Ilhas Britânicas as tribos célticas, em duas levas distintas (uma se estabelece na Grã-Bretanha e a outra na Irlanda). Os celtas trazem conhecimentos avançados de metalurgia e guerreiam em carros puxados por cavalos
55 a.C.
Depois de lutar na Gália, o general romano Júlio César desembarca na Bretanha e consegue a submissão de alguns chefes, mas não chega a estabelecer um domínio romano efetivo na ilha
43
2482677_com_coursdephiO imperador romano Cláudio retoma o projeto de César e ordena a invasão da Bretanha por um exército de 40 mil soldados. O sul da ilha torna-se província do Império e muitos chefes bretões aderem ao novo governo
60
Boadicéia, rainha dos icenos, inicia uma revolta contra os romanos, depois de ser chicoteada e ver suas filhas serem estupradas. A rebelião é sufocada
122
Começa a construção da Muralha de Adriano (sob orientação do imperador romano de mesmo nome). Com 120 quilômetros de extensão, ela ajuda a proteger a Bretanha dos ataques de caledônios e pictos, da Escócia
383
1540331_1fdaa912O general espanhol Magnus Maximus, comandante das tropas romanas na Bretanha, é aclamado imperador por suas tropas e governa por cinco anos a parte ocidental do Império Romano
410
O imperador romano Honório reconhece o direito dos bretões à autodefesa e aconselha as cidades da ilha a se armarem contra os bárbaros. A soberania romana na região está encerrada
597
Uma missão enviada pelo papa Gregório Magno inicia a conversão do reino anglo-saxão de Kent ao cristianismo. Um a um, os reinos germânicos que iriam formar a Inglaterra se tornam católicos
871
Sobe ao trono o rei saxão Alfred, que começa a contra-atacar os invasores vikings e dá os primeiros passos para unificar o que se tornaria a Inglaterra
1066
Guilherme, o Conquistador, duque da Normandia (norte da França), invade a Inglaterra e mata o último rei saxão, Harold. Seus sucessores atacarão Gales
1215
letters-20110web_1766732cO rei inglês João Sem Terra é forçado por seus barões a assinar a chamada Magna Carta, considerada o embrião das constituições do Ocidente por limitar os poderes do soberano
1283
Último reduto da antiga resistência bretã, o País de Gales é conquistado pelo rei inglês Eduardo I e se torna um feudo dos herdeiros da coroa, chamados então de príncipes de Gales
1532
O rei Henrique VIII rompe com o papa e nomeia a si mesmo chefe da Igreja , tornando a Inglaterra um país protestante, embora teologicamente muito próximo do catolicismo
1559
Elizabeth I, filha de Henrique VIII, sobe ao trono. Em seu reinado, os ingleses vencem a invasão da frota espanhola conhecida como Invencível Armada
Mito e história lado a lado – Os elementos da lenda que até podem ter uma base factual e os que são pura invenção
Pode até ser
Excalibur e o lago
Prestes a morrer, Arthur manda que joguem sua espada num lago. Esse era um costume comum entre os antigos soberanos celtas
Avalon
O melhor candidato para ser a ilha de Avalon é Glastonbury, que hoje fica em terra firme. Mas estudos mostram que no século 5, com as cheias, o local ficava ilhado
Espada na pedra
O mito de que o jovem Arthur retirou sua espada de uma pedra remonta à Idade do Bronze, quando elas eram forjadas em moldes de pedra
Tristão
wiki_space (1)Na lenda, ele é um dos cavaleiros. Uma lápide do século 6, encontrada na Cornualha, tem o nome Drustanus, a forma céltica original de Tristão.
Não é de jeito nenhum
Castelo de Camelot
Os bretões do ano 500 usavam técnicas toscas de construção e até palácios e igrejas eram feitos de madeira. Camelot certamente não era um castelo
Lancelot e Guinevere
O amor entre a esposa do rei e seu melhor amigo é uma invenção medieval, criada pelo poeta francês Chrétien de Troyes, no século 12
Cavalaria
O Arthur histórico provavelmente lutou a cavalo, mas o conceito medieval das ordens de cavalaria só iria aparecer séculos mais tarde
Merlin
Os romanos perseguiram ferozmente os druidas (sacerdotes celtas), e nenhum deve ter sobrado nos séculos 5 e 6, ainda mais com tanto poder sobre um rei
Os outros “Arthurs” – Teorias sobre a verdadeira face de Arthur nunca faltaram. Conheça algumas das principais interpretações sobre o personagem
Guerreiro bretão
Para os defensores dessa tese, Arthur teria sido um bretão com poucas influências de Roma, e talvez nem pudesse ser considerado cristão. Seu principal campo de atuação teriam sido os reinos celtas do norte da Bretanha, no território da atual Escócia, e seus inimigos foram os invasores anglos do reino de Nortúmbria. Tudo indica, no entanto, que a cultura romana e principalmente o cristianismo já estavam bastante espalhados pela elite bretã da época, o que torna essa versão improvável
Último romano
Argumentando que Gildas não cita o nome de Arthur e que as referências ao personagem são todas muito tardias, alguns estudiosos preferem considerar Ambrosius Aurelianus como o melhor candidato a “Arthur histórico”. Nesse caso, o grande líder da resistência bretã seria descendente direto de uma família nobre romana e teria tentado manter as conexões da ilha com o antigo Império, ao mesmo tempo em que teria combatido o surgimento de heresias cristãs na Bretanha
Cavaleiro bárbaro
Essa tese é baseada na presença de um oficial da cavalaria romana, Lucius Artorius Castus, na Bretanha do século 2. Ele liderou um grupo de cavaleiros sármatas (bárbaros da Europa oriental) numa série de batalhas que parecem bater com as do Arthur lendário. Essa, aliás, é a versão escolhida pelo filme Rei Arthur – só que no filme a história se passa no século 5 mesmo, e Arthur é meio romano e meio bretão. Enfim, Hollywood adora um samba do bretão doido.

Saiba mais
Livros
Arthur·s Britain, de Leslie Alcock, Penguin, 1990 – O autor traduz as partes relevantes dos textos antigos sobre o herói, como os livros de Gildas e Nennius, e proporciona um panorama completo de como era a Bretanha do século 5 ao 7. Há mapas, fotos e desenhos.
Kings and Queens of Early Britain, de Geoffrey Ashe, Methuen Publishing, 2000 – Detém-se sobre os personagens desse período nebuloso da história bretã e mostra como os erros romanos conduziram à independência.
The Age of Tyrants, de Christopher Snyder, Sutton Publishing, 1998 – Um completo e claro relato sobre a vida dos bretões no final da presença romana na ilha.
Site
http://www.mun.ca/mst/heroicage/ – Quem estiver interessado em acompanhar os estudos mais recentes sobre o mundo arturiano e temas correlatos pode acompanhar a revista científica eletrônica The Heroic Age, no endereço acima.
Autor – Reinaldo José Lopes
Fonte – http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/arthur-heroi-bretanha-433765.shtml?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_avhistoria&

sábado, 7 de setembro de 2013

João Alves Galvão completaria 99 anos neste mês de setembro!

O alemão Bertolt Brecht dizia que existem homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons, mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis. Sem exageros, assim foi João Alves Galvão. Homens dessa magnitude não são esquecidos; a comunidade o lembrará sempre. A própria palavra de Deus pede, através Livro Sagrado: ‘mostra quem são eles e de onde vieram’.
João Alves Galvão nasceu à margem esquerda do rio Curimataú, no Sítio Porteiras, no município potiguar de Pedro Velho, no dia 6 de Setembro de 1914. Seu pai, Francisco Alves Galvão, era homem de reputação exemplar, conhecido como homem inteligente e de ciência pelos seus pares. Sua mãe, Alcina Lopes Galvão, era uma mulher linda, de características indígenas como as brasileiras em geral.
Desde pequeno, João Alves, despontou como um garoto prodígio. A própria professora o entregou ao pai dizendo que não tinha mais nada para ensiná-lo. Ele já havia feito todas as lições do livro antes que a professora mandasse. Na juventude, ajudava ao pai nos trabalhos de agricultor e como comerciante nas feiras livre de Canguaretama, Goianinha e Nova Cruz.
Em 1949 tomou a resolução de morar em Canguaretama, a cidade mais promissora da região. Deixou a casa do pai e desembarcou na Estação da Penha, às 7 horas da manhã, do dia 25 de maio, uma quarta-feira. Na bagagem estavam as mercadorias para iniciar sua vida de comerciante na cidade. Para começar o negócio teve a ajuda destacada de Paulírio Martins de Castro que lhe ensinou algumas técnicas de comércio e Abdias Martins de Castro, parentes amigos que sempre o incentivaram.
Sua primeira hospedagem foi na casa de Dondom, Laura de Oliveira Galvão, prima de seu pai, no Sertãozinho. Estabeleceu-se no centro da cidade, numa loja dentro do mercado. Sua primeira venda foi a um garoto que lhe comprou cinco confeitos por um tostão (cem réis). Negociava junto com o irmão, Raimundo, e por isso logo ficou conhecido como Dois Irmãos. Esse apelido foi dado pela Negra Salvina, que regularmente tomava uns goles de cachaça no seu comércio.
Logo se destacou e comprou, a Severino Martins de Castro, a loja que tinha sido de João Ciro Fagundes, por quatro mil réis. A partir disso não parou mais, até tornar-se o maior comerciante de Canguaretama nos anos de 1970. Na época foi o primeiro comerciante da cidade a retirar o “balcão” e montar algo parecido com os supermercados de hoje. Fazia todos os cálculos de cabeça, mas gostava de ter sempre um lápis à mão.
Homem que se destacava pela beleza, estava sempre vestido com uma camisa branca e calçado com um sapato preto, sua indumentária diária. Já alicerçado no município, conheceu e casou com a paraibana Lúcia Alves de Araújo em 18 de junho 1955 e com ela ergueu uma família de 11 filhos, todos nascidos e criados em Canguaretama.
Na política esteve ligado a José de Carvalho e Silva, João Gomes de torres e Marcílio Martins de Castro. Foi do PSD, depois ARENA e PDS: um dinartista sem paixão. Nas campanhas políticas nunca aceitou ser candidato a cargo eletivo, muito embora quisesse exercer o controle de decisões delicadas. Para isso tinha apoio dos amigos e parentes. Homem de muitas amizades, foi o fiador secreto dos amigos, salvando o investimentos de muita gente. Alguns de seus amigos eram adversários políticos, mas sempre amigos pessoais. Todos os grandes políticos do Rio Grande do Norte passaram por sua residência e apertaram sua mão.
Em 1959 comprou a Fazenda São Francisco, em Pedro Velho, em frente ao sítio onde nasceu, passando a ser criador de gado nelore e plantador de coco e cana-de-açúcar, além de explorar a extração de pedras para calçamento, mas nunca quis sair de Canguaretama. Por esse motivo, em 2000, a egrégia Câmara Municipal de Canguaretama lhe homenageou com o título de cidadão canguaretamense, o qual aceitou com muito orgulho.
Conversar com os humildes e doentes era sua profissão na velhice. Ajudava e visitava os mais pobres sem pretensões políticas ou cobranças eleitoreiras. Conhecia os recantos dos lares e sentimentos do povo.
Para a família foi mais que um líder, foi um guia que ensinava como fazer. Atencioso, ágil, governava como um monarca bondoso, inteligente e fiel. Era o conselheiro preciso, um farol que não apagava, dando o sinal de esperança. Tinha solução para tudo. Seu prognóstico era infalível.
Tinha uma vida saudável: não bebia, não fumava, seu esporte era o trabalho e a alimentação regrada. Seu café da manhã era de rei, seu almoço era de príncipe, seu jantar era de mendigo. Na velhice não precisou de ajuda, continuou autônomo até o fim. Foi acometido de acidente vascular cerebral grave no dia 14 de outubro. Ficou hospitalizado, mas sempre consciente, até partir para a Cidade de Deus, no dia 26 de outubro, dia da poesia.
Parecia calcular tudo. Agüentou firme até ser visitado por todos os filhos no hospital. Enquanto esteve hospitalizado todas as madrugadas foram visitadas por neblinas leves que preparavam o solo que o receberia. ...
Seus pedidos eram simples e todos já sabiam: ser sepultado na terra onde nasceu, ao lado do pai e da mãe; no esquife mais barato que pudesse, para lembrar sua humildade; pediu também que lhe vestissem o terno branco de seu casamento. Tudo foi cumprido à risca. Enfatizando que o destino se encarregou de que o seu sepultamento fosse no dia que ele mais gostava: sábado, o dia de feira. E durante todo esse tempo que ele esteve internado, os céus choraram a sua perda por todos nós.

Mestre verdadeiro é aquele que ajuda a esculpir nas almas as mais belas lições de sabedoria. Verdadeiro professor é aquele que toma das mãos do homem, ainda criança, e o conduz pela estrada segura da honestidade e da honradez. O verdadeiro mestre é aquele que segue à frente, sinalizando a estrada com os próprios passos, com o exemplo do otimismo e da esperança.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Antônio Galvão de França, o pai de Frei Galvão

  alt Por morte repentina, faleceu o pai do primeiro Santo do Brasil, em 30 de junho de 1770. Membro da Ordem Terceira Franciscana, foi um importante e influente comerciante, homem caridoso e muito religioso.
Na ocasião do seu falecimento foi sepultado na Matriz de Guaratinguetá e seu corpo amortalhado pelo hábito franciscano e pelo hábito de Nossa Senhora do Carmo.
 
 
1. Sua família, nascimento e a mudança para o Brasil:
Filho de Manoel de França e Águeda Maria Galvão (avós paternos de Frei Galvão), Antônio Galvão de França nasceu no dia 29 de julho de 1706, na Província do Algarve, região sul de Portugal. Não se sabe o motivo que o levou a vir para o Brasil, mas sugere-se que o contato com um tio, que era Frei Carmelita aqui no Brasil, e os fortes terremotos que devastaram a sua região em 1719 e em 1722, tenham colaborado com a ideia de mudar-se para o Brasil.
 
2. Personalidade:
Quando o 1º Postulador da Causa de Santificação de Frei Galvão, Frei Adalberto Ortmann, coletava testemunhos, recebeu da Sra. Balduína Galvão de Castro Mafra as seguintes palavras, que descrevem a personalidade do pai de Frei Galvão: “Ela era um homem caridoso, ia à missa diariamente e todas as vezes costumava distribuir esmola entre os pobres”.
No inventário feito em 1755, por ocasião da morte de sua esposa, verificamos que ele possuía 707 devedores em diversas capitanias do Brasil. E tal complacência com os devedores, certamente devia-se ao seu largo e compreensivo coração.
O fato de ter sido nomeado para cargos públicos prova que ele devia ser uma pessoa de educação e cultura apreciáveis.
 
3. Casamento e filhos:
Ele casou-se em 08 de fevereiro de 1733 com Isabel Leite de Barros, em Pindamonhangaba/SP, na Capela Nossa Senhora do Rosário, conhecida como Capela dos Correias, pertencente a um tio paterno de Isabel.
Tiveram 11 filhos, sendo que três faleceram enquanto eram ainda crianças. Estes foram os filhos e o respectivo ano do nascimento: 1º José Galvão de França (1934); 2ª Maria Galvão de França (1735); 3ª Isabel Leite de Barros (1736); 4º Antônio Galvão de França - "Frei Galvão” (1739); 5ª Anna (1741); 6º Anna Joaquina de França (1744); 7º João (1745); 8º Anna Jacinta Galvão de França (1746); 9º Manoel Galvão de França (1747); 10ª Francisca de França (1748); 11º Francisca Xavier de França (1753).
 
4. Funções públicas:
Apenas dois meses após o seu casamento, em 1733, assumiu o importante cargo de Procurador do Senado, na Câmara de Guaratinguetá. Função certamente, bem executada, o que lhe rendeu, em 1747, a nomeação de Capitão-Mor da Vila Guaratinguetá, função esta de enorme importância, pois deveria fiscalizar a entrada e saída da Vila, e possuía poderes administrativos, judiciais e fiscais.
Enquanto era Capitão-Mor, constata-se em um documento, que no ano de 1769, recebera a determinação de examinar a todas as pessoas que entravam e saíam da Vila, a fim de impedir a entrada dos Jesuítas, que não eram benquistos pelos Portugueses. Ele era um homem de confiança da Corte portuguesa.
 
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5. Atividades comerciais:
Antônio Galvão foi um importante e poderoso comerciante e sua fortuna provinha do comércio de bovinos e de produtos agrícolas que fornecia à zona de mineração.
Em 1755, foi feito um inventário por ocasião da morte de sua esposa, e pode-se constatar uma das fortunas mais sólidas de todos os tempos, no entanto, irremediavelmente onerada pela existência de centenas de devedores, assim afirma Marcondes de Moura, no livro os Galvão de França no Povoamento de Santo Antônio de Guaratinguetá.
Segundo o pesquisador Helvécio Vasconcelos, que examinou um documento de 1770, o Capitão-mor, ainda antes de sua morte, conseguiu recuperar a sua fortuna.
 
6. Religiosidade: 
No livro “Frei Galvão, Bandeirante de Cristo”, edição de 1936, de Maristela, assim ele é descrito: “Pertencia à Ordem Terceira de São Francisco e também à do Carmo, e fazia parte da Irmandade do Santíssimo. A Padroeira da Família era Sant´Anna; estava em lugar de destaque num oratório da família”.
Quando Frei Galvão foi para o Colégio Jesuíta, na Bahia, o primeiro filho do casal, José, já se encontrava lá no Seminário. O que demonstra a preocupação dos genitores em oferecer uma qualificada formação, numa instituição religiosa.
 
7. Últimas notícias sobre Antônio Galvão de França:
Segundo recenseamento feito em 1767, ele possuía a segunda maior fortuna da Vila de Guaratinguetá. E em sua companhia moravam quatro filhos: Manoel, Anna Joaquina; Anna Jacinta e Francisca.

Por Giovanni Bezerra, especial para o site
FONTE: http://www.seminariofreigalvao.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=84:antonio-galvao-de-franca-o-pai-de-frei-galvao&catid=2:ultimas-noticias&Itemid=5

A Família Galvão presente na história de Zumbi dos Palmares

Zumbi nasceu provavelmente em 1655, em uma aldeia do Quilombo de Palmares (atual estado de Alagoas), descendente de guerreiros imbamgalas ou jagas, de Angola.
Foi aprisionado com poucos dias de vida e entregue ao padre português Antonio Melo, do distrito de Porto Calvo, Alagoas, que o criou e batizou com o nome de Francisco, onde o ensinou a ler e a escrever o português e o latim.
Aos 15 anos, em 1670, Francisco fugiu da casa do padre, voltando para sua origem no Quilombo de Palmares, trocando seu nome cristão, pelo nome africano Zumbi.
Tornou-se grande guerreiro e estrategista militar na luta para defender Palmares contra os soldados portugueses.
Seu nome é citado pela primeira vez em 1670, em um relatório do comando militar da capitania de Pernambuco. Ele seria o homem de confiança do chefe Ganga-Zumba, uma espécie de general do exército de Palmares.
Matar Ganga-Zumba e Zumbi virou questão de honra para o governo Português.
Em 1676, em um combate com as tropas lideradas por Manoel Lopes Galvão, Zumbi levou um tiro na perna e teria ficado manco.
Depois de um tempo. cansado de tantas derrotas, o Governador-Geral propôs um acordo de paz. Ganga-Zumba aceitou e deixou Palmares com alguns seguidores.
O novo líder do Quilombo, Zumbi, não quis trégua e lutou contra as tropas de Domingos Jorge Velho, em 1694. Levou tiro, porém conseguiu fugir.
Em 1695, recebeu novos ataques, um do seus grupos foi derrotado e seu comandante Antonio Soares foi capturado.
Após ser torturado pelo bandeirante paulista André Furtado de Mendonça, este lhe ofereceu liberdade em troca do esconderijo de Zumbi.
E em 20 de novembro daquele ano, Antonio Soares levou o bandeirante até o esconderijo, na Serra Dois Irmãos.
Diz-se que ao ver seu comandante, Zumbi foi recebe-lo com um abraço e levou uma punhalada no estomâgo. Os paulistas atacaram e os rebeldes foram mortos. Seu corpo foi levado a Porto Calvo, onde sua cabeça foi decepada e deixada exposta, em Recife, até se decompor totalmente.
FONTE: http://genealogiagalvao.blogspot.com.br/

Lopes Galvão - Patriarca da família Fonseca

Segundo o livro "Fonseca - Uma Família e Uma História" de Walter Fonseca, o nome FONSECA é tão antigo quanto a velha Portugal, e apesar de ser um nome popular no país, não se sabe qual família teve o primeiro direito de usa-lo.
Genealogistas portugueses e espanhóis tiveram suas considerações  de descendência, porém, a família Fonseca brasileira  tem suas raizes mais antigas na família LOPES GALVÃO.
Núcleos da família Lopes Galvão se desenvolveram na região do Seridó (principalmente em Currais Novos e Acari), posteriormente se estendo em outros estados como Pará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Amazonas, Ceará, Alagoas, Sergipe, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Cabe então a Manoel Lopes Galvão, o título de Patriarca da Família Fonseca, brasileira, já que sua presença se fez sentir no Rio Grande do Norte, na região do Seridó, no final do século XVII e início do século XVIII.
Como já foi dito no post Primeiros Relatos, na época haviam dois Manoel Lopes Galvão, ambos com grande importância na história. O primeiro sendo Secretário das Mercês do reinado de D. João IV, e o outro foi seu filho que atuou como Mestre de Campo, no Brasil, casado com Margarida Lins Acioly.
Fixando raiz no Seridó, sua família deu origem aos Fonsecas, quando sua filha Maria de Proença Lins Acioly casou-se com o Capitão Mor da Capitania do Ceará Manoel da Fonseca Jayme.
Há também outros relatos que interligam as duas famílias (Fonseca e Lopes Galvão).
No post Os Lopes Galvão e o Rio Grande do Norte, conto a história da descendência de Francisco Lopes Galvão e Joana Dorneles. Seu neto Cipriano Lopes Galvão, casou-se com Adriana de Holanda Vasconcelos (ou Hollanda de Vasconcellos), que mostra mais um laço entre as famílias em questão.
Os  pais de Adriana de Holanda são Arnau de Hollanda (Borges da Fonseca), natural de Utrecht, na Holanda, e dona Brites Mendes de Vasconcellos, natural de Lisboa/ Portugal.
De Arnau não se sabe muito a respeito, somente que veio ao Brasil como homem nobre, na comitiva de Duarte Coelho Pereira, em 1535.
E sobre dona Brites, diz-se que viveu por quase cem anos, ficando por isso, conhecida como a "Velha", vindo a falecer em 19 de dezembro de 1620, em Olinda/PE.
Outro vínculo entre as famílias provém também dos ancestrais de Manoel Lopes Galvão, fidalgo da Casa Real, e do Capitão Mor Manoel da Fonseca Jayme, que são descendentes do Brigadeiro José Antonio da Fonseca Galvão casado com Marianna Clementina de Vasconcellos Galvão.
Desse casal nasceram Rufino Enéas Gustavo Galvão - que foi Visconde de Maracaju; Antonio Enéas Gustavo Galvão - que foi Barão do Rio Apa; Manoel do Nascimento da Fonseca Galvão - que foi Desembargador; Maria da Glória de Vasconcellos Galvão e Silva - que foi casada com Joaquim da Costa e Silva; e Luiza Clementina de Vasconcellos Galvão e Silva.
O nome exato do Visconde de Maracaju e do seu irmão, Barão do Rio Apa, era Fonseca Galvão, afirmativa comprovada pelo exame do Decreto Imperial de 23 de Maio de 1875, que aprovou e concedeu o Brasão de Armas, Nobreza e Fidalguia a Rufino Enéas Gustavo da Fonseca Galvão.
O Brasão citado é bi-partido, sendoque um lado (em vermelho) representa a família Galvão e o outro (em ouro) reprenta a família Fonseca. 

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