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sábado, 26 de outubro de 2013
terça-feira, 8 de outubro de 2013
ARTHUR, O HERÓI DA BRETANHA
Publicado por Rostand Medeiros em http://tokdehistoria.wordpress.com/2013/06/22/arthur-o-heroi-da-bretanha/
No mundo real, o dono da lendária
Excalibur não foi rei nem se reunia com seus cavaleiros em torno da
távola redonda, mas organizou uma resistência sem precedentes contra os
bárbaros que ameaçavam sua terra
Para a maioria dos europeus, o fim do mundo talvez nunca tenha estado
tão próximo quanto lá pelo fim do século 5. A única ordem que a região
havia conhecido por quase 500 anos – o poder de Roma – tinha virado pó
depois de uma longa agonia e o futuro parecia pertencer aos bandos de
bárbaros do norte e do leste, fundando reinos que brotavam e sumiam como
cogumelos nas terras do antigo império. Mas havia um lugar em que a
vida não estava sendo nada fácil para os invasores. Na ilha da Bretanha,
os ex-súditos de Roma montaram a resistência mais bem-sucedida da
Europa e detiveram a maré bárbara por décadas. Cada vez mais parece
provável que um líder militar poderoso conduziu os bretões, um guerreiro
que iria virar lenda: Arthur.
A figura que está emergindo das brumas do ano 500 muito provavelmente
não era um soberano e com certeza jamais botou os pés num castelo.
Mesmo assim, existem paralelos intrigantes entre o Arthur lendário e o
do mundo real, que podem incluir detalhes como o local de nascimento, a
morte nas mãos de um conterrâneo bretão e, segundo uma das teorias mais
polêmicas, até batalhas travadas do outro lado do canal da Mancha, em
pleno território da atual França.
Muito antes da carreira militar de Arthur, a Bretanha romana (que
correspondia mais ou menos à Inglaterra, ao País de Gales e ao sul da
Escócia de hoje) já andava em maus lençóis havia um bom tempo. Em parte,
isso era culpa dos próprios soldados que deviam comandar a defesa da
ilha: volta e meia a Bretanha exportava um general que almejava tonar-se
imperador, como o famoso Magnus Maximus, que chegou perto de conseguir
seu intento antes de ser derrotado no ano 388. Esses sujeitos arrastavam
consigo os exércitos responsáveis por patrulhar a província, deixando-a
cada vez mais vulnerável à sanha dos piratas bárbaros.
Esse problema era endêmico no império todo na época, mas, no caso da
Bretanha, o incômodo era triplo. Do norte da Alemanha e do sul da
Dinamarca vinham tribos germânicas, os anglos, saxões e jutos, falantes
de dialetos ancestrais do inglês de hoje. Do nordeste da Escócia
atacavam os escotos e os pictos, guerreiros violentos que lutavam de um
jeito selvagem, quase nus, com o corpo coberto por tatuagens. Para
completar a desgraça, havia os escotos da Irlanda, que também eram um
povo celta como seus primos bretões e gauleses, mas tinham ficado de
fora do domínio romano.
Muita gente costuma imaginar que, em dado momento, Roma acabou
desistindo de manter a ilha dentro de seus domínios, já que tinha de se
preocupar com a própria sobrevivência, e abandonou a Bretanha. Mas o que
aconteceu foi exatamente o contrário: os bretões ficaram de saco cheio
de serem deixados na mão por mais um general que queria virar imperador
(um tal de Constantino III) e declararam independência. “A idéia de que a
ilha ficou indefesa porque os romanos retiraram suas legiões não passa
de um mito. As legiões foram embora porque Constantino as levou com ele
para tentar conquistar o continente, sem sucesso, e a mudança seguinte
no status da Bretanha foi ativa, e não passiva”, afirma o historiador
britânico Geoffrey Ashe, autor de Kings and Queens of Early Britain
(“Reis e Rainhas da Antiga Bretanha”, inédito no Brasil). O imperador
legítimo, Honório, reconheceu a independência da região em 410, numa
carta em que delegou às cidades bretãs a responsabilidade de se
defenderem militarmente.
Uma lança de duas pontas
Parecia ousadia demais dos bretões. E era mesmo. A estratégia de
defesa que a Bretanha independente passou a adotar seguia os padrões dos
romanos em seus anos finais de dominação: contratar mercenários
bárbaros, normalmente germânicos, para fazer o trabalho sujo. Muitos
deles eram saxões, parentes dos invasores, como mostra a presença de
fivelas de cintos militares típicos desse povo em sítios arqueológicos
da época.
Sujeitos ambiciosos e com alguma tradição de liderança aproveitaram o
momento para ganhar poder. “Os aristocratas nativos tinham se
romanizado, mas, quando a ligação com Roma foi cortada, as antigas
tradições de nobreza retornam com força. Os bretões eram muito
conservadores nesse sentido”, diz o historiador Christopher Snyder, da
Universidade Marymount, nos Estados Unidos. Um desses homens, chamado
Vortigern, parece ter conseguido se tornar superbus tyrannus
(“governante supremo”, em latim) de boa parte da Bretanha por volta do
ano 430.
Mas algo deu muito errado. Talvez os mercenários saxões não tenham
sido pagos, ou talvez apenas tenham percebido que seria fácil tomar mais
do que os bretões lhes haviam prometido. O fato é que o tiro saiu pela
culatra, e os saxões se apossaram de terras por todo o leste da atual
Inglaterra. Mais e mais levas deles vinham se juntar aos que já estavam
na Bretanha, e os ataques de pictos e escotos voltaram com força total.
Os bretões chegaram a pedir a ajuda de Roma, numa carta desesperada ao
general Aetius: “A Aetius, três vezes cônsul, os lamentos dos bretões.
Os bárbaros nos empurram para o mar; o mar nos empurra de volta para os
bárbaros. Entre esses dois tipos de morte, somos ou afogados ou
assassinados”, dizia a mensagem, datada de 446. Às voltas com os hunos
de Átila batendo nos portões de Roma, Aetius não tinha como ajudar.
É uma tarefa ingrata reconstruir o que aconteceu nas décadas
seguintes. Além dos restos arqueológicos (que dizem pouco sobre pessoas
ou batalhas específicas), tudo o que temos são anais compilados por
monges na Bretanha e na Gália, às vezes séculos depois dos eventos
narrados, e o apocalíptico De Excidio et Conquestu Britanniae (Da
Destruição e Conquista da Bretanha), do também religioso Gildas. Esse
livro tem, pelo menos, a vantagem de ter sido escrito mais ou menos
perto dos eventos narrados, lá pelo ano 530. A principal preocupação de
Gildas era moralizante (o monge diz que os bretões andavam levando a
pior por causa de seus pecados), mas, no meio de tanto sermão, há também
informações preciosas.
Segundo o monge, os bretões finalmente conseguiram iniciar uma
resistência, sob o comando de um certo Ambrosius Aurelianus. “Gildas o
descreve como um vir modestus, ou seja, um homem decente, e afirma que
seus pais usavam a púrpura, o que é uma indicação de que eles eram de
uma família romana de origem nobre”, diz Christopher Snyder. A partir
daí, a briga ficou indefinida, com vitórias de um lado e de outro, até
que os bretões conseguiram um grande triunfo, num lugar chamado monte
Badon (Gildas não deixou claro se foi Ambrosius quem conduziu os bretões
nessa vitória). Dali por diante, os bretões teriam conseguido uma
trégua de quase meio século. Textos compilados séculos mais tarde,
provavelmente com base em antigos anais do século 5, não deixam dúvidas
sobre quem teria sido o vencedor de Badon: seu nome era Arthur.
Num dos raros momentos em que dá para comparar dados históricos com
os da arqueologia, parece que ao menos o esquema básico dessa narrativa
está correto: pesquisadores como John Hines, da Universidade de Cardiff,
no País de Gales, verificaram que os cemitérios saxões (caracterizados
pelas jóias e armas típicas dos mortos) avançam progressivamente para o
oeste, sinalizando a expansão dos invasores, até pararem de repente por
volta do ano 500. O avanço só recomeça meio século depois. Alguém ou
algo deteve os saxões – resta saber se o fenômeno atende mesmo pelo nome
de Arthur.
Curiosamente, outras pistas quase contemporâneas sobre o líder bretão
são exatamente isso: nomes. Praticamente não há menção a pessoas
chamadas “Arthur” na Bretanha antes de Badon, mas o nome, de repente, se
torna um dos favoritos da nobreza nos dois séculos seguintes. “Há uma
série de breves referências a reis e príncipes galeses e irlandeses
chamados Arthur a partir do fim do século 6”, conta Kenneth Dark,
historiador da Universidade de Reading, na Inglaterra. “Nenhum desses
homens deve ser o Arthur histórico, mas o que eles mostram é que o nome
se tornou popular entre as famílias reais, e que pode ter havido um
Arthur famoso que inspirou o batismo deles”, afirma Dark. O poema épico
“Y Gododdin”, provavelmente do século 6, cita Arthur como modelo de
bravura em combate. Dali por diante, o guerreiro começa a ser chamado de
rei e vira presença constante nas lendas galesas, até ser transformado
na figura cavalheiresca e mágica que conhecemos (com Merlin, Guinevere e
tudo o mais) pelo clérigo Geoffrey de Monmouth, num livro de 1136.
Lendas, mitos e tradição
É nesse ponto que comparar a lenda com a história começa a se tornar
um exercício útil. Diz a tradição, por exemplo, que Arthur teria nascido
no castelo de Tintagel, na Cornualha (região sudoeste da Inglaterra).
Acontece que escavações e análises feitas no final dos anos 90 nessa
região mostraram que, de fato, Tintagel foi o lar de um nobre poderoso
no fim do século 5. Havia ali um movimentado porto, que comerciava com a
Gália (atual França), a Itália e o norte da África. Quem quer que
habitasse o lugar podia pagar pelo luxo de beber vinho e usar azeite do
Mediterrâneo, carregados em vasilhas de fina cerâmica. Mas a descoberta
mais impressionante no local foi uma laje de pedra com uma espécie de
assinatura de quem mandou construir o lugar: Artognou (pronuncia-se
“Arthnou”). No mínimo, é uma coincidência das grandes.
A 100 quilômetros de Tintagel, escavações que se sucedem desde os
anos 60 têm mostrado que a região de Cadbury, identificada com a
lendária Camelot há séculos, realmente abrigou a maior praça forte da
Bretanha nos séculos 5 e 6. Um colosso com muralhas de madeira e pedra
que iam subindo, em círculos, as encostas de uma colina até terminar num
portão, cercado por torres.
Tudo indica, então, que as áreas por onde Arthur andava ainda eram
prósperas e bem guarnecidas militarmente. Mas será que ele as governava?
Arthur deve ter sido um nobre bretão, mas as referências mais antigas
às batalhas vencidas por ele, no manuscrito do século 6 conhecido como
Historia Brittonum (“História dos Bretões”), de autoria desconhecida, o
chamam de dux bellorum, “líder de batalhas”, e dizem que ele lutava ao
lado dos reis bretões. Esse texto também mostra que a imagem de Arthur
como um herói cristão é muito antiga: numa de suas vitórias, ele teria
carregado uma imagem de Nossa Senhora. Em Badon, teria empunhado “a cruz
de Nosso Senhor Jesus” (provavelmente uma referência a um amuleto muito
comum na época: um pedaço de madeira supostamente retirado da cruz em
que Cristo morreu). Ser um líder guerreiro, na época, significava
trabalhar muito. Lutava-se um tipo de guerra altamente móvel e sobre
qualquer terreno. “A maioria de suas tropas provavelmente era montada e
lutava com espadas, lanças e dardos, aproximando-se do inimigo numa
série de investidas, e não numa carga de cavalaria coordenada”, diz
Leslie Alcock, arqueólogo da Universidade de Glasgow, na Escócia, e
autor de Arthur’s Britain (“A Bretanha de Arthur”, sem versão em
português).
Até a idéia de que Arthur teria levado um exército para a Gália, por
séculos considerada uma invenção de Geoffrey de Monmouth, tem sido
reconsiderada. Para Geoffrey Ashe, registros sobre um chefe bretão
chamado Riothamus, que levou 12 mil homens para ajudar os romanos contra
os visigodos, poderiam, na verdade, se referir a Arthur. É que
Riothamus aparenta ser não um nome, mas um título, significando “rei
supremo”. No entanto, como a aventura de Riothamus data de 470 e ele
desaparece logo depois, fica difícil reconciliá-lo com a vitória de
Arthur em Badon (por volta do ano 490).
O fim de Arthur registrado por antigos textos galeses oferece mais
uma conexão intrigante entre história e lenda. No mito, o rei teria sido
traído por seu sobrinho, Mordred, conseguiu matá-lo em combate, mas
recebeu um ferimento letal. Os anais registram “a contenda de Camlann,
em que Arthur e Medraut [Mordred?] pereceram”. Nos dois séculos
seguintes, os bretões seriam cada vez mais empurrados para o oeste,
embora sempre lutassem para preservar sua identidade, ainda viva no País
de Gales de hoje.
No fundo, os detalhes passíveis de recuperação são poucos para uma
vida que inspirou tantas lendas. “Não acho que algum dia teremos mais
informações seguras sobre o Arthur histórico além das que já conhecemos
e, para falar a verdade, isso não me parece um problema”, diz
Christopher Snyder. “Há uma mágica em torno do personagem que é parte de
seu fascínio.” Considerando os ideais de cavalheirismo e resistência
que essa mágica inspirou, não dá para dizer que Arthur não concordaria.
Cronologia da Grande Bretanha – Dos antigos celtas a Elizabeth I, dos romanos ao maior império sobre a Terra
2000 a.C.
Em várias etapas, povos pré-célticos de agricultores constroem o
santuário e observatório astronômico de Stonehenge, um dos maiores
monumentos da Europa pré-histórica
1000 a.C.
Começam a chegar às Ilhas Britânicas as tribos célticas, em duas
levas distintas (uma se estabelece na Grã-Bretanha e a outra na
Irlanda). Os celtas trazem conhecimentos avançados de metalurgia e
guerreiam em carros puxados por cavalos
55 a.C.
Depois de lutar na Gália, o general romano Júlio César desembarca na
Bretanha e consegue a submissão de alguns chefes, mas não chega a
estabelecer um domínio romano efetivo na ilha
43
O imperador romano Cláudio retoma o projeto de César e ordena a
invasão da Bretanha por um exército de 40 mil soldados. O sul da ilha
torna-se província do Império e muitos chefes bretões aderem ao novo
governo
60
Boadicéia, rainha dos icenos, inicia uma revolta contra os romanos,
depois de ser chicoteada e ver suas filhas serem estupradas. A rebelião é
sufocada
122
Começa a construção da Muralha de Adriano (sob orientação do
imperador romano de mesmo nome). Com 120 quilômetros de extensão, ela
ajuda a proteger a Bretanha dos ataques de caledônios e pictos, da
Escócia
383
O general espanhol Magnus Maximus, comandante das tropas romanas na
Bretanha, é aclamado imperador por suas tropas e governa por cinco anos a
parte ocidental do Império Romano
410
O imperador romano Honório reconhece o direito dos bretões à
autodefesa e aconselha as cidades da ilha a se armarem contra os
bárbaros. A soberania romana na região está encerrada
597
Uma missão enviada pelo papa Gregório Magno inicia a conversão do
reino anglo-saxão de Kent ao cristianismo. Um a um, os reinos germânicos
que iriam formar a Inglaterra se tornam católicos
871
Sobe ao trono o rei saxão Alfred, que começa a contra-atacar os
invasores vikings e dá os primeiros passos para unificar o que se
tornaria a Inglaterra
1066
Guilherme, o Conquistador, duque da Normandia (norte da França),
invade a Inglaterra e mata o último rei saxão, Harold. Seus sucessores
atacarão Gales
1215
O rei inglês João Sem Terra é forçado por seus barões a assinar a
chamada Magna Carta, considerada o embrião das constituições do Ocidente
por limitar os poderes do soberano
1283
Último reduto da antiga resistência bretã, o País de Gales é
conquistado pelo rei inglês Eduardo I e se torna um feudo dos herdeiros
da coroa, chamados então de príncipes de Gales
1532
O rei Henrique VIII rompe com o papa e nomeia a si mesmo chefe da
Igreja , tornando a Inglaterra um país protestante, embora
teologicamente muito próximo do catolicismo
1559
Elizabeth I, filha de Henrique VIII, sobe ao trono. Em seu reinado,
os ingleses vencem a invasão da frota espanhola conhecida como
Invencível Armada
Mito e história lado a lado – Os elementos da lenda que até podem ter uma base factual e os que são pura invenção
Pode até ser
Excalibur e o lago
Prestes a morrer, Arthur manda que joguem sua espada num lago. Esse era um costume comum entre os antigos soberanos celtas
Avalon
O melhor candidato para ser a ilha de Avalon é Glastonbury, que hoje
fica em terra firme. Mas estudos mostram que no século 5, com as cheias,
o local ficava ilhado
Espada na pedra
O mito de que o jovem Arthur retirou sua espada de uma pedra remonta à
Idade do Bronze, quando elas eram forjadas em moldes de pedra
Tristão
Na lenda, ele é um dos cavaleiros. Uma lápide do século 6, encontrada
na Cornualha, tem o nome Drustanus, a forma céltica original de
Tristão.
Não é de jeito nenhum
Castelo de Camelot
Os bretões do ano 500 usavam técnicas toscas de construção e até
palácios e igrejas eram feitos de madeira. Camelot certamente não era um
castelo
Lancelot e Guinevere
O amor entre a esposa do rei e seu melhor amigo é uma invenção
medieval, criada pelo poeta francês Chrétien de Troyes, no século 12
Cavalaria
O Arthur histórico provavelmente lutou a cavalo, mas o conceito
medieval das ordens de cavalaria só iria aparecer séculos mais tarde
Merlin
Os romanos perseguiram ferozmente os druidas (sacerdotes celtas), e
nenhum deve ter sobrado nos séculos 5 e 6, ainda mais com tanto poder
sobre um rei
Os outros “Arthurs” – Teorias sobre a verdadeira face de Arthur
nunca faltaram. Conheça algumas das principais interpretações sobre o
personagem
Guerreiro bretão
Para os defensores dessa tese, Arthur teria sido um bretão com poucas
influências de Roma, e talvez nem pudesse ser considerado cristão. Seu
principal campo de atuação teriam sido os reinos celtas do norte da
Bretanha, no território da atual Escócia, e seus inimigos foram os
invasores anglos do reino de Nortúmbria. Tudo indica, no entanto, que a
cultura romana e principalmente o cristianismo já estavam bastante
espalhados pela elite bretã da época, o que torna essa versão improvável
Último romano
Argumentando que Gildas não cita o nome de Arthur e que as
referências ao personagem são todas muito tardias, alguns estudiosos
preferem considerar Ambrosius Aurelianus como o melhor candidato a
“Arthur histórico”. Nesse caso, o grande líder da resistência bretã
seria descendente direto de uma família nobre romana e teria tentado
manter as conexões da ilha com o antigo Império, ao mesmo tempo em que
teria combatido o surgimento de heresias cristãs na Bretanha
Cavaleiro bárbaro
Essa tese é baseada na presença de um oficial da cavalaria romana,
Lucius Artorius Castus, na Bretanha do século 2. Ele liderou um grupo de
cavaleiros sármatas (bárbaros da Europa oriental) numa série de
batalhas que parecem bater com as do Arthur lendário. Essa, aliás, é a
versão escolhida pelo filme Rei Arthur – só que no filme a história se
passa no século 5 mesmo, e Arthur é meio romano e meio bretão. Enfim,
Hollywood adora um samba do bretão doido.
Livros
Arthur·s Britain, de Leslie Alcock, Penguin, 1990 – O autor traduz as partes relevantes dos textos antigos sobre o herói, como os livros de Gildas e Nennius, e proporciona um panorama completo de como era a Bretanha do século 5 ao 7. Há mapas, fotos e desenhos.
Kings and Queens of Early Britain, de Geoffrey Ashe, Methuen Publishing, 2000 – Detém-se sobre os personagens desse período nebuloso da história bretã e mostra como os erros romanos conduziram à independência.
The Age of Tyrants, de Christopher Snyder, Sutton Publishing, 1998 – Um completo e claro relato sobre a vida dos bretões no final da presença romana na ilha.
Site
http://www.mun.ca/mst/heroicage/ – Quem estiver interessado em acompanhar os estudos mais recentes sobre o mundo arturiano e temas correlatos pode acompanhar a revista científica eletrônica The Heroic Age, no endereço acima.
Autor – Reinaldo José Lopes
Fonte – http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/arthur-heroi-bretanha-433765.shtml?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_avhistoria&
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