Matriarca dos Galvão recebe o adeus do povo de Canguaretama
Em um velório de emoções fortes Lúcia Alves de Araújo recebe homenagens merecidas pelo exemplo de mãe e empreendedora no município de Canguaretama RN
A Família Galvão está maior no Céu.
Partiu a Grande
Mãe, a paraibana Lúcia Alves de Araújo, nascida em um 27 de outubro de 1940, na
cidade de Araçagi. Seu avô paterno, Ageu, era um senhor de engenho na ribeira
do Araçagi, que foi assassinado por seus escravos domésticos, causando grande
desarranjo na família. A sua bisavó materna, Germina, foi a grande parteira da localidade,
a “Mãe Outra”, que “deu luz” ao povo de Araçagi. Em busca de sustento para a
família, seu pai, Severino Ferreira de Araújo, se dirigiu à cidade de João
Pessoa, mas acometido de malária, se obrigou a retornar para casa, falecendo no
caminho carregado pelos amigos. Ainda criança, Lúcia, deixou a mãe, Maria José
Damacena, para vir morar com sua irmã mais velha, Neuza Vieira, na cidade de
Canguaretama, em 1947. Diz a lenda que chorou todo o caminho, feito a trem,
acalentando-se quando tocou com os pés a nova terra que lhe acolheu. Até o
início da adolescência ficou sob a tutela do cunhado e padrinho, Antônio Vieira, ajudando no seu comércio e se preparando para a
vida.
Em 18 de junho de 1955,
casou-se com João Alves Galvão para construírem uma bela de 11 filhos, símbolo para o município onde passou a morar. Foi
mulher de beleza inquestionável, com seus traços renascentistas. Atuante e
ativa, foi uma das pioneiras do comércio de Canguaretama. Criou parte da
família no “balcão”, ao lado do esposo, com sua loja à rua Getúlio Vargas, no
centro da cidade. Sua garrafa de café era a conhecida companheira para receber
amigos e clientes no comércio. Do mesmo modo, seus doces se tornaram famosos na
cidade e sua casa era o lugar de "encher a barriga". Madrinha de uma
região numerosa de afilhados queridos, sequer tinha tempo para visitá-los. A
calçada da sua residência foi sua referência depois de abandonar o comércio. Na
calçada abençoava filhos, netos e afilhados. Apenas sentava-se calada e
esperava. Seu beijo era o mais sincero que se podia receber, junto com suas
poucas palavras, em seu modo espartano, mas amoroso, de receber as pessoas. Em
seus últimos dias de vida esbanjou alegria ao lado dos filhos. À família deixou
seu legado de honestidade como a maior herança. Faleceu em paz, ao lado das
filhas que cuidavam de sua saúde, no final da tarde de 20 de novembro de 2018.
O que falaram os amigos sobre Lúcia Alves de Araújo
“Uma grande Mulher... Seu legado será sempre
lembrado...” Erivan
Ferreira
“Trabalhei
na casa dela e era ótima pessoa.” Jucy Ferreira
“Deus
chamou mais um anjo para o céu.” Maria Auxiliadora Vieira
“A sua falta será grande, mas o seu amor e ensinamento
ficarão pra sempre, uma vida muito bem vivida.”
Milene Angélica Galvão
“Todo o meu respeito, admiração e luto por essa mulher
que foi e sempre será tão especial na vida de todos que tiveram o privilégio de
conviver com ela.” José
Renaldo Rocha
“Dona Lúcia, mulher de fibra, mulher honrada!” Genoveva
Virginia
“Grande
mulher, amiga, mãe, mulher admirável, fez parte da minha vida.”
Camila Avelino
“Muitas Saudades, sempre beijava ela
na cabeça e dizia que era a mulher mais cheirosa de Canguaretama. Eu tive a
honra de conhecer a senhora, vá em paz como um anjo.” Charllis Faustino
“Hoje nós
estamos triste com sua partida, mas com certeza o céu está alegre, pois Deus
lhe reservou uma morada celestial e um bom descanso por suas boas práticas aqui
na terra.” Domingos
Sávio de Calazans Galvão
“Lembro dos
cafés que tomavamos no seu comércio... aquela garrafa sempre cheia e a recepção
a qual eramos recebidos. Marcos Camilo
“A família
símbolo de solidariedade, honestidade, união e simplicidade, hoje sofre com a
ausência física da sua matriarca e regozija-se com as homenagens da população,
fruto de uma vida ilibada. ...o legado está posto, o direcionamento foi dado, o
exemplo foi vivido.” Sérgio Fagundes
“Que os
bons gestos de bondade dessa grande mãe possar perpetuar na vida de seus
filhos, continuando a fazer o que ela não pôde terminar. Os seus conselhos e
sorrisos continuarão nos corações de todoss mesmo aqueles que não a
conheceram.” Antonio
Neto
“Com suas faces
renascentista, era impossível não acha-la bonita nas faces daqueles que teve o
prazer de gerar” Anadir Pessoa Cavalcanti
“Será sempre a lembrança
agradável, uma matriarca que com certeza sempre exerceu sua autonomia até os
últimos dias, sempre respeitada pelos seus filhos.” Telma Galvão de Lima
“Grande mulher, cheia de carinho e simpatia.” João Trajano
“Que Deus conforte todos os familiares e amigos nesse
momento de tristeza e dor em perder alguém especial para todos os
canguaretamense!” Maria Graciete Marinho
“Nossa Senhora da Conceição recebe
esta filha amada no reino celeste.” João Paulo Silva